02 fevereiro 2006

 

O virtuosismo de Alexandra Teté


Confesso que fiquei com curiosidade em conhecer este baluarte moral de Portugal chamado Alexandra Teté*, a heterossexual virtuosa protectora do capital social e da instituição do casamento. A Senhora que “respeita as opiniões opostas e não pretende impor a ninguém as suas convicções” (adaptação).

Como senhora culta que é, relembra-nos que as maravilhas da heterossexualidade “foram cantadas em todas as civilizações e registos, desde o Génesis à Arte deAmar.” Neste aspecto até os meus parcos conhecimentos neste assunto particular sugerem aspectos interessantes:
- Na Época Clássica, nos Gregos era só festarola entre tutores, pupilos e outros que tais. Existem inclusivé relatos que Alexandre, um dos maiores, senão o maior, dos guerreiros de todos os tempos era gay.
- Olhando para o nosso pequenino Portugal que me dizem do D. Henrique, escolhido por muitos como o grande herói nacional. Lembram-se porque foi enviado para Sagres?
(Agradecia contribuições especialmente na área do lesbianismo, será que também aqui a História tal como é escrita só tem protagonistas homens?)

Segundo Teté, a poderosa minoria gay, embora de duvidosa representatividade, apresenta uma “estratégia de vigilância, denúncia, censura, pressão e agora até ameaça penal” de forma a impor “a toda a sociedade as suas convicções”. Depois tudo lhe parece uma conspiração: imagine-se “uma indiscreta operação de marketing para promover” um filme; depois um assunto “menor” exuberantemente anunciado no Público. Com a imaginação desta senhora, fica-nos a dúvida se será que se come courgette, pepino ou bananas na sua casa?

Não é todos os dias que ouvimos retratar a homossexualidade com tanto requinte de malvadez: “pessoas que sofrem, com a dilaceração e ansiedade de uma sexualidade problemática”; “a homossexualidade parece-me (e estou bem acompanhada) uma contradição antropológica, moral e psicologicamente destrutiva”. Em oposição temos a maravilhosa heterossexualidade, “a polaridade masculino-feminina, a complementaridade psíquica e biológica na comunidade de vida, a criatividade interpessoal e a abertura à vida”. Afinal, a violência doméstica, mais conhecida nos casais heterossexuais, é só amoreee!

Interessante seria também reflectir sobre estas relações heterossexuais e monogâmicas tão perfeitas. Afinal, qual será o motivo pelo qual um dos poucos negócios em florescimentos em Portugal, a par com os hipermercados é a prostituição, com rentabilidade provavelmente acima da droga? Uso a palavra prostitução, porque putas uso para senhoras como Alexandra Teté, que não querendo impor nada a ninguém, são representantes maiores duma elite parasita e mesquinha que usa e abusa dos portugueses.


PS1 – Alguns destes senhores e senhoras virtuosas põem frequentemente a homossexualidade e pedofilia no mesmo saco, uma prova da sua falta de carácter.

PS2 – Desculpem-me algumas imprecisões. Por várias vezes caio na dicotomia heterossexual-homossexual. Há ainda os bis e outros que tais. A nível histórico, há diferentes relatos, mas creio que os que apresento estão bem documentados.

*(ver texto imediatamente anterior

Comments:
“a homossexualidade parece-me (e estou bem acompanhada) uma contradição antropológica, moral e psicologicamente destrutiva”. Eu preveria que esta muito, mas mesmo muito mal acompanhada. Quem e' esta gente?! Ela que diga! E se tiver moradas a gente agradece...
 
Acabo de vir de uma caixa de comentários da "Direita Cultural", que ilustra à exaustão o quanto esta "zona" das nossas vidas em Portugal está escondida e envolta em preconceitos e medos.

O problema do sexo, e a péssima relação que os portugueses têm com ele é de grande relevância para se perceber o nosso atraso.

Não tivemos a sorte dos países do Norte da Europa: a reforma não passou por aqui, e viu-se no que isso deu.

POr toda essa Europa o homofobismo está a ser corrido da lei, aqui não. Isso está estremamente relacionado com aquela coisa do respeitinho ser muito bonito sexo entre indivíduos do mesmo género ser uma "porcaria". Depois alegam ainda que se permitíssemos o casamento a essas almas degeneradas elas também iram querer adoptar filhos. Veja-se bem a falácia deste argumento, o que se está aqui a dizer é que homossexuais e lésbicas são "anormais" não podem adoptar filhos que depois se tornariam anormais em resultado.

Esquecem contudo que o mais importante para um filho não é se tem dois pais ou duas mães: é se tem amor, carinho, apoio e se lhe é dada educação.

No fundo, esta oposição ao casamento gay, que transborda da caixa de comentários da Direita Cultural, a uma velocidade fantástica, tem como causa fundamental: MEDO. Medo dos Homossexuais e das Lésbicas porque são diferentes. Só por isso. Como os outros, os ditos "normais", não compreendem a diferença, têm medo e revelam a sua total intransigência na matéria.

Enquanto a nossa sociedade não ultrapassar este e outros MEDOS, permanecerá autista, fechada, e crise não se resolverá.

PS- Por toda essa Europa civilizada as leis estão ou já foram alteradas. No nosso cantinho não, porque até a puta da socratina, essa hipócrita, sabe que a oposição seria danada, e ele também tem Medo, que o cavas o enrabe, claro.
 
Bem dito! Dispensava-se era o "P.S.", porque a tua forma de castigar o Socrates foi chama-lo de homosexual (afeminizando-o) a ser sodomizado pelo Cavaco, um bocadinho contraditorio com o que vinha acima... E' que para alem do medo, ha tb a higiene, e para a higiene sexual classica o sexo homosexual permanece retratado como sujo e degradante.
 
Tens razao no aspecto da higiene. Contudo, parece/me, o que eu queria dizer mesmo, era que o socrates nao avança com o processo porque o "Portugal Profundo", como lhe chama o Arrebenta (E NÃO SOU O ARREBENTA) porque, mais uma vez, tem medo, há medo - medo do Portugal profundo.
 
isto não é "direita", não é cultural e pf deixem a religião fora disto. lá por a tótó ser do pp, escrever uns "artigos" e ir à missa... continuará sempre a ser "do contra", inculta e beata de "meia tijela". c'est tout!
 
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