10 fevereiro 2006
O povo é sereno
A notícia, com origem no New York Times, chegou hoje às páginas do Público. Pretende-se resolver um paradoxo: se os “cartoons da infâmia” foram denunciados no Egipto a Outubro de 2005, porque é que os protestos só se seguiram em Dezembro? A solução para o problema, dizem-nos, é o evento de uma reunião dos “líderes muçulmanos … num encontro da Organização da Conferência Islâmica (OCI) [em que estes] coordenaram estratégias e "cristalizaram" a crise”. A notícia não oferece comentário, na formalidade de um jornalismo isento e factual.
Mas quem quer factos em lugar de insinuações precisa perguntar o que foi discutido na reunião? Decidiu-se pelos protestos de rua? Decidiu-se pelo incendiar de emabaixadas? De protestar de Marraquexe a Jacarta? Antes temos somente essa “factual” expressão: “cristalizaram”.
Não é precisa grande análise para compreender a mensagem:
- A indignação nas ruas, a que se apelida da ““rua” islamica”, não é sincera.
- A revolta é imposta pela maniqueista manipulação de cléricos sedentos de poder.
- O povo precisa de ser salvo desta perniciosa influência.
Este argumento conhecemo-lo bem. E até sabemos onde nos conduz. A melhor ilustração da finalidade do mesmo, é a confissão do major Americano, depois de ter arrasado uma aldeia vietnamita: "It became necessary to destroy the village in order to save it."
Comments:
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Felizmente, que o trabalho já começou. O salvamento de afegãos e iraquianos já começou. A libertação dos últimos já tinha começado anteriormente. Um dos aspectos mais relevantes foi o bloqueio ao Iraque. O único senão foram os danos colaterais: centenas de milhares de crianças mortas...
O modelo pelo que se pode perceber e' um gajo cabeludo, barbudo, sobrencalhudo, com olheiras, e semblante grave. Portanto pode ser qualquer portugues a fazer inter-rail na Dinamarca.
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