11 fevereiro 2006
Barbies de encomenda
Barbie, a boneca que rende 1.9 biliões de dólares por ano, a um ritmo de venda de três bonecas por segundo, tem agora uma sósia no médio oriente: Fulla, de lenço na cabeça, roupas longas e um tapete de oração cor-de-rosa.
Os criadores de Fulla, com sede na Síria, usam a retórica de como é importante dar às crianças muçulmanas uma boneca com quem se possam identificar, que respeite e transmita os valores muçulmanos. Mas à parte do véu, as duas bonecas são iguais e ambas representam tudo aquilo que uma mulher se deve erguer contra.
É de várias maneiras que Barbie e Fulla reduzem as mulheres ao mesmo, a louras burras. Ambas mostram às meninas a importância de ter um corpo perfeito, o corpo como montra onde se penduram uma infinita lista de acessórios e, o mais fundamental de tudo, comunicam quais as duas grandes preocupações das mulheres: ajudar os pobrezinhos e fazer compras! A Barbie, claro, vai mais longe e na sua versão a pilhas a boneca repete: "Will we ever have enough clothes?", "I love shopping!", "Wanna have a pizza party?", "Math is tough!".
As diferenças entre Fulla e Barbie são de pormenor. Seja na sociedade oriental ou na ocidental, que se auto-proclama como mais aberta e justa, as bonecas têm a lógica única de serem instrumento disciplinar e pacificador das mulheres.
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