28 janeiro 2006

 

Quarenta a bulir


Ontem apanhei um choque quando recebi uma carta a dizer que, tendo começado a trabalhar em 2005, poderei reformar-me em 2043! 2043?! Eis que após 20 anos de estudo, esperam-me 40 de trabalho. Isto se não aumentarem a idade da reforma até aos 80 anos, como já se sussurra.


Comments:
Pode-se comecar por legalisar os imigrantes ilegais, pagar-lhes salarios de jeito e aumentar assim as contribuicoes para a seguranca social. Se os considerarmos a estrutura etaria da populacao activa nao mudou assim tanto...
 
E se a morte fizesse greve como no livro do Saramago As intermitências da Morte?
E se acumulando não nascesse ninguém ?
 
ams,

Se a morte fizesse greve nem era assim tao mau, ao menos ainda se gozava outra vida depois do trabalho. O que nao joga bem e' reforma aos 65 quando em algumas regioes da Europa a esperanca media de vida e' de 67. Uma vida de trabalho a contribuir com impostos para receber em MEDIA 2 anos de reforma...
 
daviduskas,

Podia nao ser salvacao definitiva mas ajudava. Alias nao e seguro que a estrutura etaria europeia seja regressiva, ha sinais de mudanca.

Abraco,
 
Discordo desta lógica de justificação da idade da reforma com o argumento da insustentabilidade da segurança social provocada pela inversão da pirâmide etária. A lógica de que a segurança social se tem de auto-sustentar é para mim uma falácia capitalista. Se o conseguir, óptimo, se não, todos pagamos impostos, o estado tem rendimentos, se esses não forem suficientes, nacionalizem os sectores que estão a dar rios de dinheiro aos privados (PT!), e enfiem o dinheiro na segurança social. É para isso que devia servir o contrato social, o estado cuida das pessoas. Nem precisamos dos emigrantes, essa é outra falácia da burguesia. Se houver uma boa gestão dos impostos (se não chegar, repito, nacionalizem o sector produtivo e os lucros em vez de irem mercedes e BMWs dos privados vão para sustentar a 3ª idade). A segurança social só não é sustentável porque não há interesse em mantê-la.
 
De facto com a revolucao isto ia la...
 
Concordo que viveriamos melhor se as empresas fossem nacionalisadas. Mas parece-me tambem que nem sequer ha uma inversao da piramide etaria, se contarmos com os milhares de imigrantes ilegais que sao tao populacao activa como nos. E sobre se o pais precisa de imigrantes ou nao, nao ha mal nenhum em reconhecer que sim. Porque crer que pais e' auto-suficiente?
 
Não há mal nenhum em reconhecer a importância dos emigrantes. Aliás, eles são importantes enquanto tal, e não precisam dos argumentos da Segurança Social ou das necessidades do mercado de trabalho para justificarem a sua entrada. Eles que venham e que sejam bem recebidos. O argumento era apenas que a sustentabilidade da Seg. Social não passa em 1º lugar pelos emigrantes, passa pelo modelo político.
 
-nacionalizem os sectores que estão a dar rios de dinheiro- o problema é que quando se nacionalizam os sectores que estao a dar rios de dinheiro eles passam a dar rios de prejuizos.
 
A EDP e a PT foram privatizadas com grande saude financeira, alias foi com salivante satisfacao que a Bolsa de Lisboa acolheu esses tesouros.
 
Recomendo a leitura do meu texto no dia 12 de Janeiro intitulado "Terrorismo Social". Ali apresento algumas razões porque há buracos na segurança social.

Faça-se a devida vénia ao presidente recém-eleito que é um dos responsáveis.

Chamo a atenção para alguns pontos:

- O estado deve passar a considerar a totalidade das remunerações;
- O estado deve indemnizar a SS do roubos passados;
- Deve contribuir para a SS pelos os que não contribuiram para a SS (antes do 25 de abril muitos não eram cobertos)
- Estabelecimento de um tecto máximo para pensões (incluindo potenciais acumulações), reforçando o carácter de distribuição

Chamo a atenção que parte do uso dado aos emnigrantes não podia ser mais capoitalista e classista...
 
Ah, e já agora, bom trabalho...
 
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