09 dezembro 2005

 

Votar em quê? 12 condições para o país mudar de rumo


Seguindo a moda, também o Bitoque se abriu à sociedade civil. Assim, divulgamos o seguinte abaixo-assinado enviado por activistas de esquerda a propósito das presidenciais. O objectivo é recolher assinaturas para divulgação posterior.

"Votar em quê?
12 condições para o país mudar de rumo

Resumir a eleição do Presidente da República a um fútil despique de personalidades entre Cavaco Silva, Mário Soares e Manuel Alegre é fazer esquecer que a crise a que Portugal chegou é obra dos partidos que estão por trás das suas candidaturas.
Não temos dúvida de que a situação do país só melhorará quando os trabalhadores puserem fora de acção o sistema capitalista, o verdadeiro causador da crise que atravessamos.
A repetida escolha do mal menor só tem contribuído para dar continuidade ao regime, sem criar uma oposição popular consistente. Contrariamente, a defesa dos reais interesses dos trabalhadores pode criar condições para uma mudança de rumo que melhore a situação da esmagadora maioria da população.
Nesse sentido, votaremos no candidato que assuma publicamente os seguintes compromissos:

- Declare que o maior problema nacional é o meio milhão de desempregados, o meio milhão de precários, os dois milhões de pobres, o salário mínimo de fome e as reformas de miséria – e exija do governo soluções imediatas;
- Defenda a revogação do Código do Trabalho;
- Se oponha ao desmantelamento e privatização dos serviços públicos de educação, saúde, habitação, transportes;
- Denuncie os privilégios da banca e defenda a taxação das grandes fortunas, o levantamento do sigilo bancário e justiça efectiva contra os delitos económicos e a corrupção;
- Se oponha à lei dos partidos e à reforma eleitoral que pretende substituir o sistema proporcional pelos círculos uninominais;
- Defenda a urgência de uma lei contra a concentração da comunicação social nas mãos dos grandes grupos económicos;
- Defenda uma nova legalização dos imigrantes e que lhes sejam reconhecidos por lei plenos direitos civis e políticos;
- Se pronuncie pela urgência da despenalização do aborto e por leis efectivas contra a violência sobre a mulher;
- Reclame o fim imediato da ocupação do Iraque e do Afeganistão, a condenação dos agressores e o pagamento de reparações àqueles países;
- Defenda a saída de Portugal da NATO, a retirada imediata dos militares portugueses noutros países e a anulação do acordo com os EUA sobre a base das Lajes;
- Se pronuncie pelo direito do povo da Palestina a uma independência plena e pelo levantamento do ilegal bloqueio dos EUA à República de Cuba
- Se oponha às medidas de reforço policial, ditas “antiterroristas”, à militarização, à limitação das liberdades democráticas na União Europeia e se bata pela igualdade plena de todos os seus trabalhadores.

Por último: se mantenha coerente com estas posições, comprometendo-se, no caso de ser eliminado à primeira volta, a não apelar ao voto em nenhum dos candidatos responsáveis pelo rumo desastroso que tem sido imposto ao país.


Lisboa, 2 de Dezembro de 2005"



   

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