06 dezembro 2005

 

A defesa da tortura


Que os EUA enviam prisioneiros para cadeias secretas em países da Europa de Leste, Afeganistão e Tailândia já ninguém contesta. Que esses prisioneiros são sujeitos a maus-tratos também ninguém nega. Pelo menos não é isso que se discute. Ao que parece, o que é importante é a definição de tortura. Segundo a ONU, tortura envolve “dor severa”. Citando o procurador público adjunto dos EUA, Jay Bybee, “o adjectivo severo refere-se a uma dor ou sofrimento tão intensos que é difícil o sujeito suportar” e chegou a sugerir que “dor severa” tem que ser tão severa que resulte em morte. Portanto, quando os interrogatórios incluem puxões, estaladas, murros no estômago, permanecer de pé durante 40 ou mais horas, ficar nu numa cela gelada ou simulação de afogamento, não se está a torturar, aliás tratam-se de “técnicas de interrogatório melhoradas”. E assim, enquanto se faz debate da definição, a tortura sai impune.

Comments:
Como disse o George W. Bush hoje no "Bom Dia Portugal" (RTP), estas "técnicas melhoradas" destinam-se a "defender a segurança dos americanos".

Mas alguém tinha dúvidas que a segurança de um povo é ignobilmente posta acima dos direitos de todos os outros?

PS - bem vinda, Pasionaria!
 
Importa arremessar aqui mais um sonoro BEM-VINDA à redacção do bitoque.
 
"E assim, enquanto se faz debate da definição, a tortura sai impune". Enquanto e pelos vistos também depois.

E um dos triggers do drama mediático foi ter acontecido a um cidadão alemão. Dos inúmeros desconhecidos, pressuponho "legítimos" suspeitos em oposição a uma troca de identidades neste caso mais mediático., ninguém quer saber.
 
Aprendi muito
 
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