06 dezembro 2005

 

Ainda o 25 de Novembro (ou a democracia dos chefes)


No seguimento do anterior texto no bitoque sobre o 25 de Novembro saído na mesma data, venho atirar mais umas achas para a fogueira. Ontem realizou-se mais um daqueles execráveis "debates" ferreamente conduzidos por Fátima Campos Ferreira sobre «A Encruzilhada do 25 de Novembro». Neste "debate" tinha-se de um lado o general Eanes, o general Tomé Pinto, Júlio Castro Caldas e mais um outro militar (para além de uma ou mais intervenções da audiência e das conversas gravadas com Melo Antunes). Do outro estava o Otelo. Ficámos a saber que a 25 de Novembro de 1975:

- A democracia (burguesa) foi salva - Não sei se valeu de muito. Afinal, 30 anos passados, o vencedor mais que anunciado das próximas eleições jura a pés juntos que não é político para ganhar credibilidade e votos. O que é que correu mal...

- Resolveram-se as "desordens" de então no exército e nas fábricas. Tomé Pinto demonstrou a sua preocupação perante estes aspectos, havendo um outro general preocupado com o quebrar da cadeia de comando. De facto, de facto. Imaginem que a democracia também chegasse às fábricas e quarteis, deixaríamos de ter a democracia dos chefes. O que dirão estes senhores sobre a AutoEuropa? Corramos com os sindicatos?

- Evitou-se um banho de sangue - Ainda bem que houve "bom senso". Um general revelou os detalhes da transferência dos aviões militares do Montijo para Cortegarça. Conta ainda como enganaram os esquerdistas. Quando Otelo questiona-o sobre para que é que queriam 20 caças bombardeiros, ele responde meio incomodado que "aproximava-se uma operação militar" e os aviões eram "para o que fosse preciso". Falou-se ainda da armas entregues a civis, nomeadamente ao Grupo de Segurança do PS do qual Edmundo Pedro fazia parte. Afinal, quem preparava a guerra civil.



   

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