17 março 2005

 

Sociedade(s)


Vivemos numa sociedade do espectáculo? Estaremos amorfamente espectantes perante uma realidade tornada mercadoria (objectificada)? Os nossos sentidos podem ser afundados pela informação comercial, noticiosa, legal, mas é-nos tudo sempre impossivelmente distante. Estamos alienados do mundo sem poderes para o viver escolhendo.

Vivemos numa sociedade de vigilância? Constantemente punidos por olhares que nos negam liberdade. Não só a CCTV mas os outros julgam os nossos gestos atentos para a deviância, ensinando-nos pudor, respeito pela propriedade e pela norma. O mundo está sempre sobre a nossa pele no toque gelado e áspero de algemas.

Vivemos numa sociedade de ameaça? Os perigos iminentes dos terroristas, do SARS, dos tsunamis, da seca, da SIDA, estão em pose de ataque à espreita de uma abertura na nossa defesa para se fazer sentir. Estamos vigiados por nós mesmos com a ideia no perigo. E o perigo é sempre espectacular, sublime e incompreensível, alienado e incontrolável (porque o único controle possível é sobre nós mesmos).

Será uma metáfora mais verdadeira que a outras?



   

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