22 fevereiro 2005

 

José Manuel Fernandes

José Manuel Fernandes, para quem não o conhece JMF, é o autor de inúmeras pérolas de análise política e social. Do trono de editor do Público ao baloiço de comentador político, JMF é um dos poucos “opinion makers” portugueses.

Quero compreender JMF. Quero compreender como os meios de comunicação adoptam o papel de formador ideológico para o sistema social vigente. Não é um problema simples perceber como indivíduos, formalmente com autonomia intelectual, são a fonte (generosa, no caso de JMF) dos mitos, tabus e monstros que com que se constrói uma falsa consciência.

Será que JMF recebe telefonemas frequentes da CIP, ou de outras falanges burguesas para mante-lo ao corrente dos últimos desenvolvimentos no edificio ideológico? Será que JMF adormece todos os dias a calcular mefistoficamente como confundir a malta e manter a decrépita mas lucrativa ordem capitalista? Nenhuma das explicações me parece credível, não porque sejam vias impossíveis, até há precedentes, mas porque são mecanismos de crise e de punho pesado. Esquecendo a Gestalt porque demasiado séria para uma farpa como esta, JMF apontou-me outra possibilidade, de natureza cognitiva.

Diagnostico em JMF a patologia de um hiperactivo, cuja breve descrição é alguém inatento, hiperactivo e impulsivo. JMF nas suas histéricas exortações pela reforma do sistema económico, apraz-lhe comparar Portugal tanto com a China como com a Finlandia. Só completa inatenção à realidade social portuguesa legitima comparações destas. JMF produz vacuidade às torrentes, com frequência diária oferece opiniões instantâneas, quando não se multiplica em mais opinários no Telejornal ou Jornal 2. JMF lança-se a julgar sem grande reflexão, num recente editorial sobre as eleições legislativas, exorta o PS a tomar “já, nos primeiros meses do seu mandato, as medidas difíceis que todos sabem serem necessarias”.

Apesar da convicção, da nervosa insistência em multiplicados testemunhos, JMF nunca chega a dizer nada. Proclama umas generalidades sobre “os tempos”, “o futuro”, sobre “o que todos sabemos”, mas estas são categorias vazias, marcadores simbólicos que sao definidos por outros autores, pelos políticos, pelos media globais de onde JMF destila as suas poucas ideias em tom minimalista. JMF é eficaz no seu papel de ideólogo, porque é anti-intelectual, e anti-reflexão, e satisfaz-se com umas tantas solenes generalidades. JMF é no universo médico um hiperactivo mas no universo popular bem mais económico em palavras, é um imbecil que trata os seus leitores como imbecis.

P.S. A única coisa que abona a favor de JMF e da sua capacidade intelectual, é que nas poupou de um arquivo das suas intervenções diárias no site do Público, como qualquer editor com estatura, se preza em manter.


Comments:
nao, enganam-se bitoqueiros de mirandela; Fernandes é o moço fedorento lusitano por excelência!
uma especie de paradigma-boy dos tenebrosos anos 80 luso-yankee, com o lobo antunes com a mao na batuta a dar berros avinhados : venha a posse !
no começo, um disciplo aplicado, casmurro, disciplinado, burro de trabalho; uma especie de vaca leiteira de grande rendimento mas fraco porte; olhava-se para o rapaz e dizia-se : tem peçonha, o bicho! nao vai passar o natal! calado como um rafeiro desalmado e quando a abria — nossa senhora — comia as palavras, esfomeado, esgouviado; diziam-lhe : para fernandes! respira e começa de novo; e o rafeiro tirava do bolso um lenço branco para enchupar o suor da testa; dava do, ver o rapaz assim, nesse estado; nao sei o que tera seduzido o Azevedo, mas contas feitas, na tormenta e no triunfo, o fiel cachorro do capataz mais proximo, o nosso meio-homem , acabou por impor-se, pondo no olho da rua outros bicharocos mais filadaputamente reputados : o moço do jornal corderosa da madeira, o filho do reputado historiador de literatura... e outros malandros e quejandos.
O nosso meio-homem é um burro de trabalho; um ouve, cala-te e executa — sempre foi assim o asno —que deve ter maravilhado profundamente o raposa do Azevedo!Tenho escravo besta e honrado, à medida da minha ambiçao! ter-se-ia dito no seu foro interior.
os anos 80 de desgraça nacional, sao anos de meios-homens nacionais, anoes perfidos e mesquinhos; com o fernandes podem alinhar o espada, o escriturario do letras e trêtas o monarquico do segundo canal — tudo gente mal cheirosa da xafurdia socialdemocrata lusitana. Fiquem com esta bitoqueiros : o meio-homem fernandes deve morrer dum peido bem assente ! quem executa?
 
lidei com o meio-homem no Publico e de facto esta bem tirado.
So é preciso acrescentar que o Fernanades é um vaidoso de primeira e um peido talvez nao chegasse...
 
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