31 outubro 2007

 

A tabuada da justiça


Em Espanha foram lidas as sentenças dos 28 indivíduos acusados dos atentados que matam centenas numa madrugada Madrilena. Sete foram ilibados e 21 considerados culpados em vários graus.

Houve penas de 3, 9, 10, 20 anos. José Trashorras foi condenado a 4800 anos (25 anos por cada uma das 192 mortes). Otman el Ghanoui e Jamal Zougam foram condenados cada um a 42,850 anos (30 anos múltiplo das 191 mortes, e 20 anos múltiplo de 1856 tentativas de assassinato). Estes últimos foram mais ou menos condenados ao tempo que nos separa da Idade da Pedra (antes até).

Em contraste com a prática Americana de escusar processo judicial àqueles que acusa, e tortura, e encarcera em Guantánamo e no seu sistema planetário de prisões, Espanha foi exemplar no exercício da justiça. Mas nas penas há também um espectáculo forçado e aritmético de indignação que nem convence nem tranquiliza. Os juízes espanhóis marcam a excepcionalidade dos actos de uma forma tão extrema que se torna risível. A “guerra global contra o terror” permanece assim ao nível da paródia.

Comments:
Os terroristas não podem (ou não deviam) beneficiar dos direitos democráticos. Como é que se pode beneficiar de algo que se quer destruir?!
 
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