30 junho 2007

 

Será que é desta?


O bitoque acompanhou parte da luta contra a nefasta actuação da fundação D. Pedro IV e em solidariedade com os moradores e outros utilizadores dos seus serviços ditos sociais. Assinalamos um marco importante com um texto retirado do Indymedia Portugal:

"Ao fim de mais de dois anos de luta os locatários do IGAPHE dos bairros dos Lóios e das Amendoeiras assistiram hoje à aprovação, por unanimidade, da “reversão para o Estado do património do IGAPHE transferido para a fundação D. Pedro IV com salvaguarda dos direitos legítimos dos respectivos moradores”.

A vitória ficou aquém do possível, tendo o grupo parlamentar do partido socialista votado contra alguns pontos da mesma Resolução, nomeadamente os relativos à extinção da Fundação D. Pedro IV e consequente destituição dos seus Corpos Gerentes (de acordo com as recomendações do Relatório apresentado em 21 de Junho de 2000 pela inspecção-geral do ministério do trabalho e da solidariedade), e a realização das diligências necessárias para o apuramento de todas as responsabilidades civis e criminais relacionadas com ilegalidades cometidas em nome da fundação D. Pedro IV e com o respectivo encobrimento.

A aprovação parlamentar constitui o resultado de uma série de iniciativas – manifestações, marchas, exposições – que denunciaram um dos mais bizarros negócios protagonizados por autoridades camarárias e fundações de direito privado, supostamente com fins públicos. Apesar da vitória alcançada, os moradores dos Lóios e das Amendoeiras não pretendem parar a luta, exigindo a responsabilização judicial da fundação D. Pedro IV e o cumprimento das medidas aprovadas."

 

Tortura do sono


Na "sociedade de informação democratizada", até os pais já fazem tortura do sono.



Sleepy Baby - video powered by Metacafe


vídeo retirado de jumento.

29 junho 2007

 

Neoliberalismo ou a peste automata


Tem por nome mais comum: “neo-liberalismo”. O termo, que é do agrado dos proponentes, insiste na retórica de um retorno ao liberalismo imperial britânico. O termo oculta as origens sociais desta ideologia contemporânea, que tem uma linhagem muito, muito curta.

Como a recente historiografia tem repetido, esta ideologia é uma parente directa da guerra-fria. Começou bizarramente como protocolos para optimizar o bombardeamento da União Soviética, conjurados nos think-tanks da Forca Aérea Americana. Esta formalização do comportamento humano foi veiculada para a academia pelos economistas matemáticos. E da academia colonizou outras ciências, pelos institutos e fundações conservadores até a cultura e a sociedade.

Esta pestilenta ideologia define a esfera privada como uma arena onde se confrontam incompatíveis desejos individuais. Cada individuo está sozinho e combate contra todos os outros pela sua felicidade. A ordem ocorre quando as forças entre os oponentes se igualam, e a riqueza é totalmente repartida. O gesto final e dramático desta ideologia é anunciar que as emoções, os valores sociais e públicos, na família, no estado, no partido, são todos constelações de mesquinhos e atomizados interesses. Não há colectivo.

Um documentário a três partes de Adam Curtis da BBC traz esta historiografia a público. THE TRAP tece uma narrativa cozendo a invenção paranóica da teoria dos jogos à formalização da psiquiatria e da biologia evolucionista, liga a criação da teoria da public choice com a desmoralização do sector público e a gestão financeira dos serviços, gerando assim os mais grotescos vícios na vida pública e cultural.

O documentário não escapa a um certo histerismo, e é demasiado generoso nalgumas ligações que estabelece entre teoria económica e prática governativa. Contudo tem um mérito extraordinário, é a BBC a tentar arranjar os retalhos desta grande narrativa que ninguém ainda tentou cozer.

O meu principal lamento com documentário é que seja uma narrativa fechada, conclusivamente confortante. Afinal, depois de nos mostrar um mundo alienado, automatizado por sistemas impessoais de gestão financeira, de crescente desigualdade e canibalismo, anuncia-se um alegado contra-movimento em curso pelas mãos dos primeiros culpados – economistas incluído. Depois de tanto nos esclarecer sobre as linhas com que se tece a história, Adam Curtis enrola-se no novelo.

Para já o documentário está online, a ver quanto antes…
Ep.1 - F**k you buddy (em 7 partes, primeira aqui)
Ep.2 - The lonely robot (em 9 partes, primeira aqui)
Ep.3 - We will force you (em 7 partes, primeira aqui)

 

Cantinho com Berardo



E o amigo Judas dá-nos o prazer do relato de uma inauguração:

"E lá se inaugurou o CCB. Cantinho com Berardo.

Estive lá na noite da inauguração (sem convite VIP óbvio) e assisti ao comendador perfeitamente embriagado a receber o Sócrates, a ministra da cultura (argh meu deus) e ministros sortidos (julgo que eram da economia e das obras públicas, não me dou com gente pouco recomendável). O estilo era do dono do tasco a receber os amigos no monte alentejano. Numa frase: era tudo dele.

Vi também o Mega Ferreira entrar de mansinho com outra pessoa e fazer nitidamente um gesto de desprezo totalmente afastado do grupo da "elite cultural comendada portuguesa".

Adeus Centro Cultural de Belém, olá Cantinho Com Berardo.

Judas"

(foto de zero de conduta)

 

O Chefe


Os casos sucedem-se. Um professor requisitado foi desrequisitado e uma Associação de Professores dispensada por críticas no exterior de uma comissão. Após os casos na Educação segue-se agora a Saúde. Uma directora de um centro de saúde é posta com ordem de marcha por não repreender com a brutalidade que a tutela queria um médico por críticas ao ministro (1 e 2).

Comentários jocosos são agora proibidos na Administração Pública e em parceiros sociais. Na comunicação social, em afixação pública ou mesmo em conversa privada tudo é deslealdade com a hierarquia. Subjacente está uma noção de que todos os cargos passam a ser de confiança política: tem de se obedecer, agradecer e fazer cumprir as ordens do chefe. Faz-me lembrar as leis do chefe

Art.º 1º O chefe tem razão.
Art.º 2º O chefe tem sempre razão.
Art.º 3º Quando não tem aplicam-se os artigos 1.º e 2.º.
Art.º 4º O chefe não dorme, descansa.
Art.º 5º O chefe não come, alimenta-se.
Art.º 6º O chefe não bebe, saboreia.
Art.º 7º O chefe nunca chega tarde, demora-se.
Art.º 8º O chefe nunca abandona o local de trabalho, é necessária a sua presença noutro lado.
Art.º 9º O chefe nunca lê o jornal durante as horas de trabalho, actualiza-se.
Art.º 10º Se entra no gabinete do chefe com ideias próprias, deve abandoná-las e adoptar as do chefe.
Art.º 11º O chefe não esbanja palavras, actua.
Art.º 12º O chefe pensa por todos.
Art.º 13º Mas se pensa como o chefe, mais perto está de ser sub-chefe.

(leis do chefe retiradas de sorriso alegre)

28 junho 2007

 

O paraíso no exército



O exército Israelita tem um historial complicado de assédio sexual (Time e New York Times). Entretanto, terá tomado medidas para diminuir o problema. Como será que este anúncio (retirado do jumento) se integra no plano?

(o objectivo da campanha é chegar aos homens entre os 18 e 35 anos nos Estados Unidos)

 

Conversa de bordel



Parece que a Mizé recebeu uma proposta profissional de António Costa...

 

Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior


A história já de si era estranha: uma versão para os sindicatos, outra para o CRUP. Depois, esta aprovação em Conselho de Ministros em tempo recorde em plena época de exames e a calhar nas férias do Verão. Soma-se a “consulta pública” de uns meros 15 dias.

A seguir, naturalmente, a contestação (ver aqui, por exemplo). De vários lados, desde professores, a sindicatos e alunos. Não muito falada, não vá o pessoal ver notícias. Valha-nos nisso o Marcelo-vai-a-todas.

Hoje é a aprovação na Assembleia da República. Lá vai passar a lei sem problemas, apesar da manifestação à porta. Mas ainda há outro passo: a promulgação pelo Presidente da República.

Afinal, pode ser que o raio do homem sirva para alguma coisa...

27 junho 2007

 

“O homem dos sete instrumentos”


Fez a guerra no Iraque e agora quer fazer a paz no Médio Oriente.

É da minha vista ou há aqui um problema de falta de correspondência entre os requisitos para o trabalho e as capacidades deste senhor?

 

Intoxicação


As jóias da família CIA estão em exposição. Os planos das mais bárbaras e paranóicas conspirações fazem as manchetes de jornais e .

Apesar do ensaiado espanto, há uma inocuidade neste rol escandaloso. Este saber é um veneno que circula pelo corpo público sem provocar reacção. Ninguém levanta a voz para condenar a CIA, para desmantelar a organização ou torná-la transparente, pública e moral. Aliás, diz-se sem pudor que o pior ficou por revelar.

Estes escândalos são preparados. Meses ou anos antes, escapam semi-notícias que revelam alguns das usurpantes acções da CIA, seguem-se as rábulas de desmentidos. Fica a suspeita, e suspeita reforçada pouco a pouco concede uma certeza. Quando já tudo se sabe confirma-se com os documentos. Depois de tão medido envenenamento a dose final de verdade já não leva ninguém à revolta. A oportunidade foi irremediavelmente perdida.

É assim com os crimes Americanos, e também com a mediocridade Portuguesa. Que o candidato para a Câmara de Lisboa não distinga a EPAL da EPUL ou do IPPAR choca e espanta, mas logo se esbate contra o passar diário dos escândalos. A revolta afoga-se no conta-gotas deste veneno de comédia nacional.

Como todos os venenos bem administrados, este não deixa efeitos secundários, é uma morte lenta que vem no sono.

 

Terror em Lisboa


Parece que o terror anda pelas ruas de Lisboa, com paletes de candidatos atrás dos eleitores. Mas como há sempre um peixe maior, parece que agora anda alguém a aterrorizar os candidatos...



vídeo roubado do renegade do spectrum

 

Segurança Nacional


Sob o epíteto de Segurança Nacional tudo é permitido. No seguimento do que sempre se fez, séries como o 24 Horas ajudam a tornar o espiar, torturar e matar em algo trivial e aceitável. Veja-se as declarações de um Juiz do Supremo Tribunal dos EUA que absolveria naturalmente Jack Bauer. (Via Zero de Conduta). E a Europa se ainda não o fez completamente, quer lá chegar.

Por outro lado já não está em causa a Segurança Nacional quando as empresas defraudam acordos ou não pagam salários. Ou quando uma empresa ou o Estado despede alguém ou quando uma pessoas está desempregada e não consegue encontrar emprego. Ou quando uma pessoa precisa ser rica se quer ter acesso a saúde.

Emprego, educação e saúde não são temas de Segurança Nacional. Mas isso aprendemos nós todos os dias (1 e 2).

 

ALLberardo



Já aqui noticiámos à OPA ao Benfica por Joe Berardo. No entanto, parece que afinal é o país a ser OPAdo. O melhor mesmo é adoptar a proposta do ministro Manuel Pinho: Para além do ALLgarve, criarmos o ALLberardo e o ALLbelmiro…

26 junho 2007

 

Mais um artista...


João Paulo Geada do “Algarve pela vida” dá largas ao obscurantismo ainda presente nalgumas camadas da população, num artigo intitulado “Vamos falar claro sobre... homossexualidade”. Começa por se referir à JS como um exemplo das “forças anti-família em permanente actuação na nossa sociedade” e que “[o] cartaz [da JS] pretende branquear a homosexualidade de diversas formas”.

“[P]ensemos apenas por alguns segundos na tragédia que representa a SIDA, cujas origens – é bem sabido – têm muito a ver com a prática cada vez mais generalizada da sodomia a partir da “revolução sexual” dos anos 60. A responsabilidade pela expansão desta e doutras doenças, mesmo não do foro sexual como as próprias tuberculoses ultra-resistentes tem muito a ver com a promiscuidade sexual de que é expoente máximo a expanção da homossexualidade, e em particular da sodomia, um comportamente e um vício claramente nefasto para a sociedade como foi sempre reconhecido ao longo dos séculos. Para já não falar na fronteira por vezes muito ténue entre homossexualidade, prostituição, pornografia, pedofilia.

A sodomia é uma forma de prazer? Talvez. A droga é uma fonte de prazer? Certamente. Mas sabemos onde ambas conduzem, ao colapso da dignidade pessoal, da família e da própria sociedade.. É tempo de dizer basta. Basta de retrocessos civilizacionais!”



Referência a disparate de opinião e vídeo retirado de o arrastão.

 

Canções de embalar



A. Kollontai vem agora falar do redescoberto guru da esquerda...

"De vez em quando o dr. Mário Soares, agora afastado do poder, resolve dar uma de esquerda e falar sobre questões caras aos trabalhadores e a muita gente progressista. E fá-lo como se fossemos todos tolos e já tivéssemos esquecido o nefando papel que ele e o PS desempenharam em Portugal nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Como dirigente do PS, no governo e na presidência da república, o dr. Soares prestou inestimáveis serviços aos capitalistas e aos EUA. Que o digam os trabalhadores e a gente de esquerda que sofreram na carne as pesadas consequências das suas políticas. Aliás Soares e o PS ficaram então bem conhecidos por terem “enfiado o socialismo na gaveta”.

Agora, por ocasião da abertura da “Universidade de Verão” promovida pelo PS de Setúbal, Soares denunciou o estado a que o mundo chegou, as desigualdades, os descontentamentos gerados, as confrontações, os conflitos. Afirmou mesmo que os partidos socialistas europeus se deixaram influenciar pelo neo-liberalismo. E anteviu mesmo a possibilidade de inesperadas revoluções. Mas acha que a “consciência socialista” reaparecerá e afirma que “um mundo melhor é possível.

Claro que Soares não diz claramente (nem podia dizer) que os partidos socialistas europeus mais não têm sido do que fiéis gestores do capitalismo e coveiros das conquistas e direitos das classes trabalhadoras. Para quem não seja tolo é por demais evidente que não será com estes “socialistas” que teremos um mundo melhor nem será com um “capitalismo bonzinho” que lá chegaremos.

No que diz respeito ao actual governo do PS, Soares que, já por diversas vezes afirmou que este tem feito boas reformas, vem agora dizer que é necessário inflectir à esquerda, “ir ao encontro das pessoas e construir um diálogo com os sindicatos, com a classe média e os meios intelectuais”. Conselhos avisados mas que não pretendem defender o “povo de esquerda”, antes procuram que o PS, face ao crescente descontentamento de diversas camadas da população, mais uma vez arrebanhe os votos dos tolos e dos masoquistas para vencer novamente as próximas eleições legislativas.

A. Kollontai"

(O País do Burro apresenta uma série de declarações de Soares no dia 18 de Junho)

 

A missão humanitária


Quem o diz é a Associated Press – a NATO e as forças militares lideradas pelos EUA no Afeganistão já mataram 203 civis este ano, ultrapassando os 178 mortos em ataques “terroristas”.

25 junho 2007

 

O turista


Fernando Negrão, candidato à Câmara de Lisboa, meteu os pés pelas mãos numa entrevista ao Rádio Clube Português. “[C]omeçou por defender a extinção do Instituto do Património Arquitectónico(ex-Ippar, actual Igespar) por este organismo ter deixado de construir habitação para os segmentos mais carenciados da população para acabar por declarar que a EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa) “é, como todos sabemos, a empresa de abastecimento de água de Lisboa”, tendo de resolver “os desperdícios de água na cidade”.

“Contactado pelo PÚBLICO, o candidato explicou que tem “dificuldade em lidar com as siglas”, problema que “se acentuou” com “a pesada estrutura da Câmara de Lisboa”.” Deve ser efeitos da pressão por demasiado paraquedismo.

Ler mais no Público.
Ouvir entrevista no RCP (1 e 2).

 

A Miss




Gordon Brown, o actual Ministro das Finanças que nada teve a ver com a governação da última década, “promete aos britânicos saúde, educação e o fim da pobreza infantil” (in Público de hoje) caso seja eleito primeiro-ministro. Vejam mais, por exemplo, aqui.

 

Videovigilância nas escolas


O ministério da Educação quer instalar videovigilância em todas as escolas do país no próximo ano lectivo. Segundo a Ministra, o sistema pretende “proteger as escolas do exterior”, o mesmo exterior de onde vêm os alunos.
Mais uma vez, este governo apresenta uma medida que não resolve problema algum e que é simplesmente despesista. As câmaras não protegem ninguém e violam a privacidade de todos. Não resolvem os problemas socio-económicos e de comportamento dos alunos de muitas escolas. Não acabam com a indisciplina nas salas de aula. Não fazem com que os alunos respeitem mais os professores. Não impedem que alguns pais ou alunos agridam professores.

Pelo contrário, vêm criar mais entropia nas escolas quando estas precisam de estabilidade. Não criam melhores condições de trabalho para os professores, ao contrário do que é defendido pela ministra. Sinceramente, qual é o trabalhador que sente ter melhores condições de trabalho por ter uma câmara de filmar a espreitar-lhe por cima do ombro?

(O Público online lançou um pseudo-inquérito sobre o tema)

 

Felicidade


Começar o dia da melhor forma possível.



vídeo retirado do excelente país do burro.

24 junho 2007

 

Sem orgulho


Porque a homofobia é só mais uma forma de xenofobia, tão comum em Israel, alguns grupos LGBT de acção directa israelitas lembram-nos da ligação entre todas as formas de opressão e solidarizam-se com os palestinianos. A ocupação da Palestina não permite sentir qualquer tipo de orgulho. Por isso, na semana em que o resto do mundo marcha, com orgulho, pela igualdade de direitos para todas as orientações e escolhas sexuais, em Israel marcha-se sem ele.

 

O crime já não está na lei


A Interrupção Voluntária da Gravidez foi regulamentada. Na passada 5.ª feira (21 de Junho) saiu em Diário da República a Portaria n.º 741-A/2007 que vem estabelecer como se deve processar a IVG e o acompanhamento das mulheres que querem fazer um aborto, tanto em estabelecimentos públicos como em privados.

Há muito que muitas e muitos de nós esperavam este momento. Apesar de só entrar em vigor no dia 15 de Julho, e das dificuldades que há muito se suspeita virem a existir na sua aplicação, o crime já não está na lei.

Mesmo assim, mesmo perante este passo tão importante nos direitos das mulheres a nível nacional, lá voltam as vozes do costume. Paulo Portas veio assim protestar contra o facto da Portaria não contemplar a mostra da ecografia à mulher grávida que quer fazer um aborto. Esta proposta, da autoria de Cavaco Silva, foi assim recusada pelo Governo que classificou tal possibilidade como “emocional”. PP, no seu populismo fácil, lá veio dizer que “a vida é feita de emoções” e que a regulamentação da lei vinha transformar a IVG num direito absoluto, o que não corresponderia ao que as pessoas que votaram sim a 11 de Fevereiro desejavam.

Curioso… PP votou não, mas sabe o que o “sim” quer. Só que o seu altruísmo e capacidade de sentir empatia com os outros vai por água abaixo no mesmo minuto: é que se PP imaginasse o que está em jogo quando uma mulher toma uma decisão como a de interromper a gravidez, ficava caladinho e deixava de brincar com as emoções de mais de metade da população do país.

23 junho 2007

 

Diário da República


Há coisas fantásticas nas leis portuguesas. Talvez por um deixar acumular diplomas para publicação, a verdade é que o Diário da República de 19 de Junho não podia ser mais caricato.

Aqui fica a amostra mais significativa:

Decreto do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira n.º 1/2007, D.R. n.º 116, Série I de 2007-06-19
Gabinete do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira
Exonera do cargo de Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira o Dr. Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

Decreto do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira n.º 2/2007, D.R. n.º 116, Série I de 2007-06-19
Gabinete do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira
Nomeia Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira o Dr. Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim

Decreto do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira n.º 3/2007, D.R. n.º 116, Série I de 2007-06-19
Gabinete do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira
Exonera, sob proposta do Presidente do Governo Regional, vários membros do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira

Decreto do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira n.º 4/2007, D.R. n.º 116, Série I de 2007-06-19
Gabinete do Representante da República para a Região Autónoma da Madeira
Nomeia, sob proposta do Presidente do Governo Regional, vários membros do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira

 

Viver!


Vai uma pessoa tarde para casa, cansada do trabalho. Encontra um amigo, ouvem festa e decidem visitá-la. É uma festa do Gana, mas todos os amigos são bem-vindos. E assim se passou uma boa noite, a comer e dançar. Um grande abraço para eles e para todos nós que batalhamos por viver em cada dia.

22 junho 2007

 

Liberais sempre no mau sentido II


Escreve André Azevedo Alves:

Só existe liberdade se for possível a cada um, no âmbito das suas escolhas individuais, discriminar segundo os seus próprios critérios.

Eu poderia discutir o conteúdo da frase, mas nem o vou fazer por agora. Vou até aceitá-la como dogma. Possuindo alguém critérios ou uma moral individual, isto no sentido mais amplo possível, incluindo escolhas sobre aborto e a cor do carro tudo no mesmo pacote, esse indivíduo só será livre se poder exercer as suas escolhas com base nos mesmos. Os pássaros chilreiam no mundo dos silogismos...

O problema está em que a frase só tem a ver com um dos pontos propostos pelo CDS (habitação).
Vamo-nos centrar nos restantes pontos, a formação que o CDS vinha defender. Tais acções não pretendem travar descriminações homofóbicas bloqueando os actos, mas sim eliminando os preconceitos. Não se trata de criar um thoughtcrime, o grito de sirene dos nossos liberais (e dos conservadores trans-atlânticos), ninguém vai ser preso por ser homofóbico. A formação não limita as escolhas individuais, pois não se trata de criar quotas ou outros mecanismos de regulamentação. Trata-se de discussão, de informação, de colocar preconceitos em dúvida.

Assim, na verdade, parece-me que o que aqui e aqui se teme, não é a restrição da liberdade, mas o avanço de uma moral que não é a deles. Sendo liberais (e diria mesmo, por se entitularem liberais), deveria ser à partida claro que informação é necessária para formar uma moral que dirija a bem-dita e suprema escolha individual.

Or did I stutter?


P.S: e se me obrigarem outra vez a vir para aqui defender o CDS-PP,...

 

Videntes II



Numa das suas últimas publicações, a OCDE garante que “as pessoas terão de poupar mais por as reformas [governamentais] diminuírem as promessas de pensões” num conjunto de países. Um português perguntaria como?

 

A ocupação Israelita


Em momentos difíceis, convém relembrar o problema central: a ocupação Israelita.



Vídeo roubado de moinho vermelho.

21 junho 2007

 

E recordar é viver!


"Doações entre pais e filhos ou cônjuges deixam de ser declaradas ao fisco". Parece que que o Bitoque afinal tinha razão...

 

Dióxido de carbono II



L. Rodrigues do designorado comenta (e bem) em relação a este post que seria preferível não esperar pela paridade da poluição per capita antes de se fazer alguma coisa, do lado dos países desenvolvidos e dos em desenvolvimento.

A questão que se coloca é que, historicamente, a maioria das nações evoluíram roubando tecnologia dos países mais avançados. Por exemplo, os Estados Unidos ao roubarem o engenho a vapor aos ingleses argumentaram que nehum país em desenvolvimento deveria ter a obrigação de pagar. Esta “transferência” permitiu que então países menos desenvolvidos pudessem produzir de forma mais eficiente e amiga do ambiente. Hoje em dia, a transferência de tecnologia, de graça ou a preços razoáveis tem vindo a ser dificultada.

Os mesmos que não o querem fazer, são também os que apontam o dedo a China e aos outros países como se fossem eles os culpados. Por exemplo, os Holandeses (e autores do estudo) são uns dos principais interessados no mercado do ambiente. Quer em consultoria, quer em transferência de tecnologia há muito dinheiro em jogo. O planeta fica em segundo plano e as pessoas dos países em desenvolvimento em terceiro plano.

 

Para ler e divulgar...



Transcrevo aqui um comunicado do M.A.T.A sobre o processo de Ana Sofia Damião, vítima de praxes no Instituto Piaget:


Tribunal de Macedo de Cavaleiros reconhece a responsabilidade da direcção do Instituto Piaget

Hoje teve lugar a audiência final do processo cível interposto pela Ana Sofia Damião ao Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros (IPMC), na sequência dos acontecimentos verificados durante as praxes em Setembro de 2002 naquela instituição de ensino superior.

Relembramos: a Ana Sofia foi coagida, insultada, obrigada a simular orgasmos e a despir-se e a vestir a roupa ao contrário, entre outras arbitrariedades. Tudo isto contra a sua vontade e no interior das instalações da universidade.

A Ana optou sempre por não calar a sua indignação e nunca desistiu de exigir responsabilidades a quem as tinha e tem. Logo após o sucedido, apresentou queixa junto da direcção do IPMC (bem como na polícia) e deu conhecimento ao Ministério.

A resposta da direcção do IPMC foi, no entanto, muito pouco corajosa, optando pelo caminho fácil da conivência com os agressores e hostilidade perante a vítima: um inquérito, de procedimentos muito particulares, desenvolvido por aquela direcção veio a punir a Ana com uma repreensão escrita "pela forma subjectiva excessiva como relatou os factos, que sabia não terem gravidade". Era apenas o início de uma verdadeira odisseia, na qual a Ana se viu obrigada a abandonar a faculdade (e até a própria cidade!), perdendo um ano da sua vida académica e com consequências sérias para a sua saúde.

Para a direcção do IPMC, a Ana devia pagar por ter tido a ousadia de não aceitar as regras ditadas por um status quo mantido intocável. Pelo caminho, ficámos ainda a saber – através de declarações de um professor que ocupou funções de direcção na altura – que o IPMC sempre geriu o caso como uma oportunidade de publicidade! Nesta voragem de lucro através do ensino, está encontrada mais uma razão para descredibilizar a vítima e proteger os agressores.

Neste processo cível, a Ana reclama 70 mil euros ao IPMC pelos danos causados. Ficámos hoje a saber o que conta como prova para o efeito. O Tribunal de Macedo de Cavaleiros declarou como provadas as seguintes situações: a direcção IPMC tinha conhecimento e aceitava com naturalidade a existência e o conteúdo das praxes no Instituto, nomeadamente porque aceita e legitima o dito "Código de Praxe"; a direcção do IPMC conheceu, em tempo útil, os factos ocorridos com a Ana Sofia Damião, que deram origem a este processo; a Ana ficou revoltada, triste e humilhada na sequência do ocorrido; a degradação do estado de saúde da Ana, consequência de todo o processo, levou-a a abandonar a faculdade.

Esta é, sem dúvida, uma decisão inédita e da maior importância. É a primeira vez que um tribunal reconhece as responsabilidades objectivas de uma direcção de uma universidade relativamente a esta temática. Desmentem-se, assim, felizmente, as palavras de Luís Cardoso (Presidente do Conselho Directivo do IPMC, na altura), para quem, perante a determinação da Ana Sofia, ousou declarar que "o caso está encerrado. Ponto final, parágrafo!". A coragem da Ana, que nunca desistiu perante as arbitrariedades e contrariedades que enfrentou nos últimos anos, já valeu a pena. Saudamo-la mais uma vez por isso.

Em breve ficará a saber-se qual o montante, no caso de existir, da compensação monetária a atribuir pelo IPMC à Ana Sofia Damião. Esperamos por ela com expectativa. Mas, independentemente do valor final ou até de essa merecida compensação se vir a verificar, sabemos que ele nunca poderá recuperar os danos causados. O significado desta decisão é, portanto, muito maior: o que aqui esteve e está em causa é saber se a impunidade, as arbitrariedades e as violências da praxe continuam a merecer a conivência acanhada de quem tem responsabilidades no ensino superior. No fundo, está aqui em causa a Escola e a forma como vivemos nela.


--
M.A.T.A. - movimento anti "tradição académica"

20 junho 2007

 

O atraso intrínseco


Se pensarmos que o automóvel moderno foi inventado por volta de 1886, podemos ficar contentes e reconfortados, porque o Vaticano só demorou 121 anos a reagir à invenção. Num documento de 36 páginas, o estado mais rico do mundo publicou os "dez mandamentos do bom condutor", preocupados que estão com a chacina nas estradas. Vamos pensar que o atraso e idiotice da ideia faz parte do charme da instituição, e andar para a frente sem olhar... (mas cuidado com o trânsito!).

 

Videntes

 

O que já se sabia...


Rato em estado de decomposição num gabinete de um tribunal de Lisboa. E há muitos mais...

 

Liberais sempre no mau sentido


Aqui e aqui defende-se a liberdade de preconceito. É o velho conceito de liberalismo conhecido em Portugal. Um liberalismo sobre a camuflagem da ciência da liberdade individual e do poder do Mercado (não estou a falar do da Ribeira, e sim, escreve-se com letra grande, tal como o Senhor), mas que mal vira a esquina, deixa o mais salazarento de entre nós corado. Depois de algumas pérolas de Pedro Arroja, que infelizmente agora ficam apenas nos arquivos do Blasfémias, é bom ver que os liberais cá do sítio continuam em boa forma.

Como a liberdade de poder discriminar poderá ser compatível com a liberdade individual, ninguém se preocupe. O Mercado resolve...

19 junho 2007

 

Dentes, ou a falta deles...

 

Benfica OPAdo?

 

Dióxido de Carbono



Facto:
A China ultrapassou os Estados Unidos como o maior emissor de dióxido de carbono em todo o mundo.

Pormenor (não mencionado):
A China tem mais de 4 vezes a população dos Estados Unidos.

 

Semelhanças...


Quais serão as semelhanças entre o Mário Lino e estas meninas?



ou o Manuel Pinho e esta?


18 junho 2007

 

Defender a Palestina


Amanhã, 19 de Junho, pelas 18,30 decorre uma sessão sobre a Palestina, na Associação Abril, Rua São Pedro de Alcântara, 63 - 1◦, em Lisboa. Rui Sande, um activista pela causa Palestiniana, é o convidado da organização Tribunal - Iraque.

Vão-se assistir a breves filmes e testemunhos, mas a intenção principal é debater a situação presente. É um momento para colectivamente fazermos sentido dos eventos recentes, do que para ai vem, e de como devemos agir.

 

Golpes sujos


Já começaram os ataques à candidatura de António Costa:

Maria José Nogueira Pinto diz que António Costa tem "melhores condições para governar Lisboa"

 

Pergunta de Emigrante


Nas notícias ainda se ouve a expressão "o engenheiro José Socrates"?

 

Teria Mário Lino razão?

17 junho 2007

 

Science vs Intelligent Design



O primeiro vídeo é um dos melhores excertos de um total de duas horas (vídeo de baixo). Coloco os dois para os diferentes tipos de público...





Não sei o que dizer sobre o início do segundo clip... :)

 

Malcriados


Eles até são bons meninos. Têm diplomas e carreiras respeitáveis, mas quando se apanham com um blogue na mão é imprevisível o que vai acontecer. Espero-lhes dar zero de conduta.

16 junho 2007

 

Traidores


Vive-se o caos na Palestina – cortesia do ocidente. Desde que o Hamas foi eleito com maioria absoluta, a resposta das nossas democracias tem sido um boicote internacional e o rearmamento de grupos da Fatah. Ninguém esconde que o que os EUA e Israel fizeram neste ano e tal que passou foi forçar à fome milhares de palestinianos e despejar milhões em armas para a Fatah. A Força Presidencial que Abbas criou é dirigida por Mohamed Dahlan, colaborador da CIA e da Mossad.

O Hamas aceitou um governo de unidade para desmantelar o bloqueio, mas os EUA e Israel ordenaram que a unidade terminasse. Abbas assim o fez – criminosamente dissolveu o governo e possivelmente convocará novas eleições. Se assim for, o povo Palestiniano terá que escolher entre o Hamas, que os defende mas não tem dinheiro nem armas (e são “terroristas”) e a Fatah que lhes tirou a dignidade nos últimos 15 anos, mas tem o dinheiro e os favores dos EUA e Israel.

A Palestina é uma prisão a céu aberto, mas Israel não conseguiu reduzir os Palestinianos a cinzas e ao esquecimento.

 

Canção para abalar o mundo


Traduzida em centenas de línguas. Cantada por milhões de vozes. A Internacional faz hoje 119 anos.



 

Meter água

 

Para quem goste mais do mesmo...

15 junho 2007

 

Bandeira vermelha



Bandeira vermelha nas praias portuguesas. Parece que andam tubarões por ai...

 

Sétimo dia


As missas de sétimo dia não sabia para que serviam. Para encomendar a alma dos defuntos a um deus – talvez. Para os familiares se reunirem e se apoiarem – muito provável. Mas celebradas em simultâneo, não fazia ideia…
Uma pessoa entra, já um pouco atrasada, e ouve por sorte o nome do defunto em questão a ser pronunciado pelo padre. Segue-se outro nome e fica-se na dúvida se mais terão sido proferidos.

O ritual é desconhecido para ateias que nunca foram introduzidas aos passos e contrapassos da liturgia. Por causa das coisas, fica-se sentada enquanto os outros à volta se sentam e levantam por um ritmo alheio.

Para além da tristeza do ambiente, fica uma sensação de despropósito. Falar do santo António em missa de sétimo dia era inevitável. Era o dia do dito santo e até se podia puxar a coisa de modo a dar ânimo a quem tinha recentemente perdido alguém. Mas não. Em vez disso, ela ouve com estupefacção que o tal António é o que tem mais devotos logo a seguir à nossa senhora. Que tem mais igrejas a ele dedicadas que qualquer outro santo. Que ele foi o primeiro santo canonizado (reconhecido pela igreja como tal), que os outros eram todos nomeados pelo povo, embora este também o tenha sido.

Fica no ar a dúvida sobre se a igreja terá um ranking destas coisas…

 

A "chária" católica


O Vaticano, que considera o aborto um assassinato, pediu aos católicos que retirem o seu apoio à Amnistia Internacional, acusando-os de promover o aborto. O cardeal Renato Martino, avançando argumentos medievais, disse ainda que o Vaticano cancelou o seu financiamento à organização.

A A.I. entretanto clarificou que a sua posição é simplesmente a de apoiar o aborto quando a mulher está em perigo de vida ou quando os direitos humanos são postos em causa, como no caso de violações e incesto. E esclareceu também que o Vaticano nunca fez doações à organização, pois a A.I. só aceita doações individuais.

Apesar de 45 milhões de gravidezes serem terminadas todos os anos e de quase 70 mil mulheres morrerem anualmente por abortos inseguros, o Vaticano continua a insistir que as mulheres não têm direitos sexuais e reprodutivos. Só falta mesmo ameaçarem os cristãos que apóiem a A.I. de excomunhão, como cá se fez a quem votasse sim no referendo. E enquanto nos distraem com constantes ataques ao islamismo, a igreja católica vai exercendo o seu fundamentalismo.

14 junho 2007

 

A morte saiu à rua


Foi o levar a expressão “trabalhar até morrer” à letra. A morte de uma professora gravemente afectada por uma leucemia e forçada a trabalhar veio reavivar tempos idos, em que se morria a trabalhar.

Outros casos pululam por aí, que (ainda) não fazem os cabeçalhos dos jornais: uma pessoa a quem a junta médica, perante a declaração médica atestando uma doença crónica incurável, lhe pergunta qual a esperança de vida que tem; outra, também professora, doente do coração desde jovem e que agora quase aos 60 anos foi considerada durante o ano lectivo inapta para trabalhar pela junta médica mas inapta para se reformar por outra junta.

Estes tempos que muitos julgavam estar ultrapassados estão aqui de novo, gritando que não podemos baixar os braços contra quem nos oprime. Contra quem vem exigir contenção mas dá reformas chorudas por dois anos de “trabalho” em conselhos de administração. Contra quem nos pede para trabalhar até mais não, mas se reforma antes da idade prevista.

 

Um falcão disfarçado de pomba



Shimon Peres foi finalmente eleito para algo (1 e 2).

 

Não há estômago II


Já se sabia que o G8 não dava saúde a ninguém, sobretudo aos pobres deste mundo. Mas agora descobre-se que as orgias de comida e bebida fazem mossa aos ilustres.

Após uma "conversa" com o Putin, Sarkozy ficou meio "nublado."


13 junho 2007

 

* Ciclo de Cinema sobre o Iraque *


O Tribunal Iraque com várias colaborações individuais e o apoio da Associação Abril apresenta um ciclo de cinema sobre o Iraque. Julgo que os filmes interessarão a muitos dos que por aqui passam. Aparece e divulga!

As sessões decorrem às sextas-feiras, de 15 Junho a 6 Julho, das 18:45h às 21h na Associação Abril (Rua de S. Pedro de Alcântara, 63, 1ºD), em Lisboa. No final da projecção, terá lugar uma conversa sobre os filmes exibidos.

15 JUNHO
Faluja, o massacre oculto. Realizado pela cadeia de televisão italiana RAINews. Mostrando provas do massacre e do uso pelas tropas dos EUA de armas proibidas, o documentário suscitou, quando foi emitido, desmentidos indignados das autoridades norte-americanas e britânicas. Mas diante dos argumentos avançados e de mais provas entretanto surgidas, não tiveram outro remédio senão remeter-se ao silêncio. Este filme contém cenas violentas.
Testemunhos de Faluja. Habitantes de Faluja dão conta do massacre cometido pelas tropas dos EUA.

22 JUNHO
Quatro horas em Chatila. Realizado por Carlos Lapeña que parte de um texto de Jean Genet para narrar o massacre nos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila.
Iraque, história de mulheres. Documentário de Zeena Amhed e Amal Fadhed. Testemunho de mulheres de al-Qaim, uma das zonas mais castigadas pela ocupação estadunidense, e de mulheres de Baçorá, onde enfrentam as imposições das mílicias colaboracionistas.

29 JUNHO
José Couso, crime de guerra. Realizado por Alberto Arévalo Ferrera, da Tele 5. Documentário em homenagem a José Couso, repórter de imagem da TV espanhola, assassinado em 8 de Abril de 2004, em Bagdad, por forças militares dos EUA.
Mortos de segunda. Realizado por Gran Wyoming. Depoimentos da mãe e irmãos de José Couso, exigindo investigação e justiça.

6 JULHO
Objectivo Iraque. Realizado em 2006 por Rashid Radwan, este documentário traz-nos o testemunho de homens e mulheres que passaram pela cadeia de Abu Ghraib, de um grupo de adolescentes iraquianos, estudantes da escola de Al Amal, em Bagdad, ou de clientes de banhos públicos da capital iraquiana. Através dele tomamos conhecimento do outro lado da chamada guerra ao terrorismo e também de homens e mulheres membros de grupos armados que contam as suas experiências, revelam porque pagaram em armas e porque recusam o estatuto de terroristas.

 

Cálice censurado


Exactamente, por a cantiga ser uma arma, isto é daquelas coisas de nunca se está totalmente livre. Apresentamos "um trecho do show PHONO 73 realizado no Anhembi, em São Paulo. A música Cálice foi considerada subversiva pelos orgãos da ditadura militar, por isso mesmo sendo cantada com a letra modificada, o microfone do Chico Buarque foi desligado."


12 junho 2007

 

Iraque sangrento para jornalistas


A ONG repórteres sem fronteiras divulgou que pelo menos 174 jornalistas foram mortos desde o início da guerra no Iraque. Mais mortos do que em 20 anos de guerra no Vietname! Estes números estão, no entanto, muito abaixo daqueles que o BRussels Tribunal e o Iraq Tribunal Info revelam: 274 profissionais mortos, dos quais 250 são iraquianos e 24 estrangeiros. Isto faz da guerra do Iraque a mais mortífera de sempre para os jornalistas.

Dados como este têm sido divulgados em Portugal pelo Tribunal Iraque.

 

A cantiga é uma arma





De almocreve das petas e pimenta negra.

11 junho 2007

 

A revolução bolivariana em debate


No âmbito do seminário permanente Comunismos: História, Poética, Política e Teoria, vai realizar-se uma sessão dedicada ao tema Democracia e Revolução: a América Latina e o Socialismo hoje.

Quinta-feira, 14 de Junho, no ISCTE auditório B203 (edifício novo), às 17:30.

Participam:

* Diana Raby (Universidade de Toronto e Universidade de Liverpool) autora de "Fascismo e Resistência em Portugal 1941-1974" e "Democracy and Revolution: Latin America and Socialism Today".

* Miguel Urbano Rodrigues, jornalista e escritor. É autor de vasta bibliografia publicada em Portugal e no estrangeiro nos domínios da política e da história e é também romancista.

 

A cruz da homossexualidade


Após a masturbação, desta vez o nosso querido Padre Alberto fala sobre a homossexualidade.

Vejam lá se adivinham qual é o Rodrigo (Moita de Deus)?


 

Genocídio


Continuando a série de artigos sobre direitos intelectuais de propriedade, falarei hoje sobre as patentes de medicamentos.

Actualmente encontram-se pelo mundo inteiro universidades ou outros mercenários a trabalhar para empresas poderosas catalogando e tentando garantir o exclusivo de plantas com propriedades curativas. Não podendo legalmente patentear as plantas, patenteiam as substâncias activas mais importantes. Não é o conhecimento local roubado como um dia também a eles será cobrado.

Mais grave do que se passará num futuro já não tão longínquo é o que se passa hoje em dia com os medicamentos existentes. Esta é uma discussão que tenho tido recorrentemente. Segundo reza a moda, para a descoberta de novos medicamentos é necessário garantir um incentivo (monetário) à descoberta. Portanto, seria necessário garantir os preços elevados dos medicamentos durante períodos “razoavelmente” longos para esse incentivo. No entanto, não só é este argumento falso (abordarei o porquê depois), como esse período nada tem de razoável se significar a morte milhões de pessoas. Só a título de exemplo:

- Só 25% dos que nós sabemos que estão infectados com SIDA em África estão a ser tratados!!! (e presumo que não com os últimos medicamentos, com menores efeitos secundários, etc) Aos outros só resta morrer, com dor e sem dignidade.

- A mesma coisa com os milhões que morrem com doenças evitáveis como malária, tuberculose,...

É-me humanamente e eticamente impossível pensar noutra abordagem ao problema do que resolver AGORA estes problemas. É necessário haver uma redistribuição séria ou a permissão de produzir genéricos que permitam aos países e pessoas terem acesso aos medicamentos. Caso contrário estamos a falar de genocídio...

 

Doações


Parece que Teixeira dos Santos está agora empenhado em fiscalizar as doações entre familiares e quererá taxá-las em algumas situações. Após a justa indignação de muitos, José Sócrates já veio indicar que as relações entre pais e filhos não serão taxadas. No entanto, desconfio que o sr. Primeiro-ministro está preocupado é em não perder nem um euro da mesada da mamã que as más-línguas dizem ser bem choruda…

09 junho 2007

 

Alguém pediu a dose do costume?


Spider Man 1, 2 e 3, X-Men 1, 2 e 3, Quarteto Fantástico 1 e 2, o regresso do Batman, o Superhomem também vem atrás, Piratas das Caraíbas 1, 2 e 3, Shrek 1, 2 e 3, Rocky 6, Ocean‘s 11, 12 e 13, Assalto ao Arranha Céus 4,…

Os custos de produção dos grandes Blockbusters chegaram a tais níveis que já é impossível arriscar em novos heróis. Usa-se a mesma formula quantas vezes for preciso até o público que assistiu ao primeiro filme (provavelmente o único de toda a série que ainda teria alguma qualidade) desista de seguir a telenovela mexicana que se inventa para prosseguir uma história que muitas vezes até já tinha um fim. Os piratas trocam os seus esqueletos por tentáculos, o Rocky volta depois de várias lesões cerebrais, e depois dos 50 (60?) anos, Bruce Willis combate terroristas que trocaram relógios de marca por laptops, e o Shrek,… o Shrek aparentemente tem de cumprir todos os clássicos dos contos de fadas antes de poder „viver feliz para sempre“. É triste mas são os Blockbusters que temos, aos heróis não é permitido o merecido sono eterno antes de terem um „flop“ de bilheteiras ou tornarem-se governadores na California.

Poder-se-ia dizer, „epá, vai ao Nimas“. Isso não é porém o fim dos meus problemas. Eu gosto do meu blockbusterzinho de fim-de-semana com uma sala de cinema cheia de telemóveis a tocar e sons de pipocas a estalar, ao ponto de não me aperceber que afinal à minha frente não se passa história nenhuma. Mas aparentemente até isso me querem tirar.

Prometem-nos qualidade se deixarmos as máquinas do dinheiro andar. Acho que Hollywood continua a servir lições de vida. O melhor que as máquinas do dinheiro sabem fazer é dinheiro. O resto vem por acréscimo. Parece que a máquina evoluiu e aprendeu com os seus erros. Nada de conceitos novos e surpresas na sala. O mesmo do que já conhecemos e não nos assusta, o mesmo que já tinhamos visto há uns tempos e gostávamos de voltar a ver. E assim passamos a ir para o cinema receber a dose. A do costume, pois com certeza…

 

Guerra à democracia


Outro filme interessante com estreia para breve é o do jornalista John Pilger – The War on Democracy. Filmado nos EUA e na América Latina, documenta o desrespeito dos governos estado-unidenses pela democracia nos últimos 50 anos e o crescimento de movimentos sociais na América Latina recente.

Nos EUA, Pilger entrevista agentes renegados da CIA que levaram a cabo campanhas secretas contra países democráticos e que hoje lucram com a guerra no Iraque. Na “Escola das Américas” filma (encapotado) grupos que treinaram os torturadores do regime de Pinochet e esquadrões da morte no Haiti, El Salvador, Brasil e Argentina. Pela América Latina fala com famílias que sofreram em nome da democracia, entrevista Chávez, que ele considera o único líder capaz de usar os lucros do petróleo na saúde e educação (e até para aquecer casas em Brooklyn e Harlem), e testemunha, no alto dos Andes da Bolívia, aqueles que recusam que as multinacionais lhes levem os recursos de água e gás.


 

A doença da saúde


Já muito se falou aqui do estado da saúde em Portugal. A privatização crescente não augura melhorias. Michael Moore no seu mais recente filme aborda a situação nos Estados Unidos da América demonstrando bem o que nos espera se não nos organizarmos…



SiCKO Trailer - video powered by Metacafe

08 junho 2007

 

Acções de rua


Hoje haverá diversas acções de rua a propósito do G8 e de “justiça climática”. Ver mais aqui.

 

Não há estômago


Em 92 foi o pai Bush que, num jantar formal, vomitou no colo do primeiro-ministro japonês. Depois justificou-se que foi apenas um mau sushi. Hoje, no encontro do G8, o Bush filho também ficou indisposto. Era uma boa, se o Bush fosse ao grego... desta vez podia ser em cima do Sarkozy.

 

Voar tão alto como Carrero Blanco


A 8 de Junho de 1973 Carrero Blanco era indigitado Primeiro-Ministro espanhol. A sua morte a 20 de Dezembro do mesmo ano foi um passo essencial para a democracia.




 

A versão religiosa da Oprah


Padre Alberto (na wikipedia e site oficial) fala-nos da masturbação.



Acto egoísta? Então e a cegueira, e os pêlos nas mãos?

 

Irak - Der Dauerkrieg


Após ter visto em "DasErste" o documentário "Kommando Bagdad" de Arshwin Raman, procurei o vídeo online, sem grande sucesso. Encontrei no entanto outro documentário pelo mesmo realizador, o qual posto aqui em baixo. Em parte o que me chocou mais foi aperceber-me do quanto estamos desligados da guerra no terreno, do quão pouco sabemos sobre o dia-em-dia em Bagdad, apesar de tanta notícia nos jornais e televisões. O vídeo é longo mas vale a pena.

A guerra em primeiro-plano...


07 junho 2007

 

O mundo em dez minutos por Galeano


No dia em que o G8 discuta o mundo gostávamos de trazer um outro relato, o de Eduardo Galeano que nos resume o mundo em dez minutos. Escritor de livros como "As veias abertas da América Latina" (publicado em Portugal por exemplo pela Dinossauro), "Memória do fogo" ou "Patas Arriba. la Escuela Del Mundo Al Reves" (Mãos ao ar. A escola do mundo ao contrário), é um autor imprescindível para a compreensão do mundo. O seu depoimento é acutilante como sempre, embora nalguns pontos desactualizado (já que foi gravado há algum tempo).


El mundo en 10 minutos
Uploaded by Metamorfosis2007


Vídeo retirado de pimenta negra.

 

40 anos de apartheid israelita


“Em Junho de 67 fizemos uma escolha. A concentração do exército egípcio em Sinai não prova que Nasser nos quisesse atacar. Temos que ser honestos para nós próprios. Fomos nós que os decidimos atacar.” Primeiro-ministro israelita, Menachem Begin, 1982.

“Não acredito que Nasser quisesse a guerra. As duas divisiões do exército que enviou para Sinai a 14 de Maio não seriam suficientes para lançar uma ofensiva contra Israel. Ele sabia isso e nós sabíamos isso.” Primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin, 1968.

“16 anos de planeamento foram depositados naqueles 80 minutos iniciais. Vivíamos com o plano, dormíamos com o plano e comíamos o plano. Aperfeiçoávamo-lo constantemente.” General Mordechai Hod, comandante da força aérea israelita durante a guerra dos 6 dias, 1978.

“Não fomos ameaçados de genocídio na véspera da guerra dos 6 dias e nunca pensámos que isso fosse uma possibilidade.” General Haim Barlev, chefe das forças de defesa israelita, 1972.

06 junho 2007

 

Há boas notícias...



A situação no Iraque estabilizou. Há atentados todos os dias.

P.S: e já não fazem primeiras páginas. Compreende-se, depois de tantos anos do mesmo, há que deixar os leitores respirar.

 

Com tomates ou sem eles



O "Blog com tomates" visa distinguir blogues que "lutam pelos direitos fundamentais do ser humano", o que até acaba por ser uma ideia engraçada. É pena essa ideia vir embrulhada num saco plástico do Feira Nova. Até porque a coragem tem tanto a ver com os penduricalhos masculinos como com a pêra rocha.

No entanto, e partilhando do espírito da iniciativa, agradecemos as nomeações do País do Burro e da Brit. Nomeamos ainda os seguintes blogues pelos inestimáveis serviços prestados à blogoesfera (com
tomates ou sem eles):

Cravado no Carmo
O Profano
Pimenta Negra
Sismógrafo
Spectrum

 

Palestina


RESISTE

Torturando-me colocaram um papel
E uma caneta à minha frente
E da minha mão arrancaram brutalmente
a chave da minha casa.
Insultaram-me
mas o papel disse:
Resiste…. Resiste…
Queriam desgraçar-me
mas a caneta disse:
Resiste… Resiste…
E a chave da minha casa disse:
Em nome de todas as pedras
Da tua pequena casa
Resiste… Resiste…
Em nome da chuva
caindo da cela de torturas
grita: Resiste… Resiste…

Muen Beseisso (Poemas para uma pátria ocupada)
Encontrado em Moinho vermelho.

05 junho 2007

 

Zeca redux


Na redução do papel do Zeca Afonso ao pré-25 de Abril, nem uma palavrinha sobre a sua luta e inconformismo posterior (ver artigo anterior aqui).

Música de intervenção? Pelos vistos segundo a 2 já não…


 

Direitos de propriedade


O seguinte filme usa cenas de filmes da Disney para explicar o que é exactamente o copyright. Infelizmente, apenas se encontra disponível em Inglês.



de blocomotiva.

04 junho 2007

 

Pão e Televisão


Quem nunca se preocupou com a situação deplorável das classes mais baixas da Venezuela, parece agora estar preocupado com o jornal da noite de lá do sítio.

 

Poder aos peões!


Como aqui:



(vídeo de Oco()rências)

ou aqui.

 

Software Livre (Continuação)


Este texto é a segunda parte de um artigo idealizado e escrito por João Branco, que não só nos chamou a atenção para a visita de Richard Stallman a Portugal, bem como aceitou o desafio de escrever algo sobre a questão do software livre. O resultado ajuda-nos a perceber uma das áreas-chave dos direitos intelectuais de propriedade. Ver primeira parte aqui.

"De um ponto de vista ético, não há nenhuma razão para o software não ser todo livre. Já pensaram porque é que, apesar dos milhões de euros investidos em propaganda anti-"pirataria" e em tecnologias de codificação-protecção, esta continua a acontecer em grande escala, por toda a gente, em todo o mundo, praticada por cidadãos honestos e com sentido cívico e de comunidade? Conhecem sinceramente alguém que nunca tenha copiado um cd, uma cassete ou um mp3?

No entanto, preferia centrar-me sobre a razão pela qual o Software Livre não é a forma de distribuição por excelência, estando-lhe reservados ataques incessantes. Essa razão é o Capitalismo, em particular na sua variante Neo-Liberal. Mais precisamente as ideias de que

- "A propriedade é um direito Divino, ou Natural"
- A sociedade só produz se for incentivada pela competição e pela ganância.

Estas ideias chocam frontalmente com o conceito de conhecimento: algo que não tem custo de distribuição, algo que posso dar sem ficar desfalcado. O Capitalismo tem dificuldades em inserir este elemento no seu grande esquema das coisas, por isso criou o oximoro "propriedade intelectual". Eu não posso oferecer o meu almoço sem ficar sem ele, mas posso dar uma receita a um amigo, ficando com ela na mesma.

Deixo-vos com dois exemplos de como o pensamento capitalista-neoliberal prejudica a produtividade e a sociedade:

Exemplo 1: Uma empresa dedica-se a produzir uma aplicação X, que é muito parecida com outra aplicação já existente, chamada Y, mas acrescenta algumas funcionalidades. Não sendo Y livre, 10 programadores têm que produzir X de raíz. Se demorarem 1 ano a fazê-lo, este trabalho entra no PIB, é contabilizado como produtividade. Se o software Y fosse livre, estes trabalhadores podiam ter feito a extensão em 1 mês e ter ido de férias 11 meses. Teriam produzido o mesmo.

Exemplo 2: Newton podia ter escondido as suas leis da dinâmica. Se tivesse nascido nos dias de hoje, teria sido mais inteligente da sua parte, dedicar-se a criar inúmeras aplicações (catapultas, balanças, etc. ) em que usasse o seu conhecimento mas o mantivesse escondido. O sistema capitalista encorajá-lo-ia a fazê-lo, em vez de libertar a informação, usá-la em seu proveito. Em resultado, decerto que Newton se tornaria mais rico, e até o PIB da Inglaterra subiria nesses anos."

03 junho 2007

 

Agente 00E-290


A 2 de Fevereiro Joya Williams foi condenada a 10 anos de prisão pelo crime de espionagem industrial. Williams não era agente iraniana, nem venezuelana, nem do outro rol de países que os americanos elegem como seus patológicos inimigos. Williams era uma secretária da Coca-Cola que se atreveu a fazer cópias das fórmulas das gasosas para vender à competidora Pepsi.

Williams pediu recurso para o Tribunal Federal mas o juiz foi inclemente. Dizendo que “este tipo de ofensa não pode ser tolerada na nossa sociedade”, condenou-a a 8 anos, bem acima da sentença máxima para estes casos que é de 6 anos e 4 meses.

Com os Estados-nações em crise, por erosão imposta pelas coligações económicas multi-nacionais e por fragmentação étnico-política, emerge uma nova estrutura identitária. A companhia-nação divide-se entre os fiéis servidores a quem se exige sacrifício sem recompensa e os traidores que são exemplarmente castigados. É a nova soberania, uma nova-velha assimetria.

 

BE por 31 da Armada


A convenção do BE está ser bloguisticamente coberta pelo Rodrigo Moita de Deus do 31 da Armada. Com preconceitos de direita (especialmente dos que ficaram por casa), mas também humor, não deixam de passar por ali algumas interessantes questões. A navegar.

 

(In)justiça IV - Os justiceiros


"Numa visão puramente economicista, pode considerar-se que os custos de intervenção dos sistemas policiais e judiciais são infinitamente maiores do que o valor do furto, o que é verdade. Todavia, não se pode olvidar a função do direito penal que se apreende através da natureza do seu objecto – o crime – e da especificidade das consequências jurídicas que àquele se associam – penas e medidas de segurança."

Juízes do Tribunal de Relação do Porto no acórdão referente ao furto de uma embalagem de queijo fatiado. Ver artigos anteriores aqui, aqui e aqui.

 

Richard Stallman e Software Livre


O João Branco não só chamou-nos à atenção para a visita de Richard Stallman a Portugal, bem como aceitou o desafio de escrever algo sobre a questão do software livre. O resultado ajuda-nos a perceber uma das áreas-chave dos direitos intelectuais de propriedade:

"Richard Stallman é uma das figuras centrais do Software livre (Free Software). Na Wikipédia encontramos que um software é considerado como livre quando atende aos quatro tipos de liberdade para os utilizadores do software definidas pela Free Software Foundation:
• A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0);
• A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;
• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);
• A liberdade de aperfeiçoar o programa, e libertar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

Software livre é diferente de freeware. O primeiro significa que estas liberdades são garantidas (não implicando gratuidade ou ausência do aspecto comercial) e o segundo significa software distribuído gratuitamente. Também não deve ser confundido com "open source": apesar de este ser um requisito necessário, não é suficiente.

Richard Stallman esteve em Portugal (na FEUP e em Lisboa) para falar da 3ª revisão da Licença de Software Livre, uma licença de distribuição que garante os tais direitos. Esta revisão tenta impedir que, através de mecanismos de hardware, empresas contornem uma revisão anterior da mesma, "des-libertando" software que lhes chegou às mãos como livre (processo chamado tivolização)."

Este texto é a primeira parte de um artigo idealizado e escrito por João Branco.

02 junho 2007

 

Serviços máximos



"A lei anterior era pouco clara no que respeita aos serviços mínimos. Estes deveriam ser acordados entre a entidade patronal e os sindicatos, não se prevendo qualquer penalização para o seu incumprimento que não fosse a requisição civil. O CT [Código do Trabalho] é muito mais preciso: sempre que as partes não se entendam, a questão transita para um colégio arbitral onde há representantes da empresa e do sindicato, presididos por um elemento nomeado pelo Governo."

(in DN, de hoje)

Um colégio arbitral com membros do governo, da empresa e do sindicato. Mmmm, quem ganhará?...

 

Precisamos de novos médicos

 

Controlo total



"They said release 'Remote Control'
But we didn't want it on the label
They said, "Fly to Amsterdam"
The people laughed but the press went mad
Ooh ooh ooh someone's really smart
Ooh ooh ooh complete control, that's a laugh
On the last tour my mates couldn't get in
I'd open up the back door but they'd get run out again
At every hotel we was met by the Law
Come for the party - come to make sure!
Ooh ooh ooh have we done something wrong?
Ooh ooh ooh complete control, even over this song
They said we'd be artistically free
When we signed that bit of paper
They meant let's make a lotsa mon-ee
An' worry about it later
Ooh ooh ooh I'll never understand
Ooh ooh ooh complete control - lemme see your other hand!
I don't trust you.
So, why should you trust me?
Huh?
All over the news spread fast
They're dirty, they're filthy
They ain't gonna last!
This is Joe Strummbly speakin'
I'm controlled in the body, controlled in the mind
Total
C-o-n control - that means you!"

Clash (retirado de o guerrilheiro)



   

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