01 maio 2007

 

A química entre nós os dois


Cientistas estão a desenvolver um medicamento que aumenta o desejo sexual das mulheres e reduz-lhes o apetite. Aparentemente, o comprimido ajuda a libertar as hormonas que libertam a líbido que libertam a mulher para o sexo.

A minha primeira reacção foi pensar “isto para os homens é um sonho alcançado, são duas coelhas numa cajadada – mulheres ardentes e elegantes”. Reconheço que foi um pensamento um tanto ou quanto simplista. De facto, esta investigação vai no sentido de dar à mulher a possibilidade de desejar e praticar sexo, em vez de o reprimir. Talvez até sejam boas notícias para a vivência e satisfação sexual das mulheres.

Mas nem por isso estou muito entusiasmada. A questão não é tanto se o tal comprimido serve os homens ou as mulheres. O problema está nesta visão das relações. Porque é que 40% das mulheres dizem ter passado, em alguma fase da sua vida, por um período em que não sentem vontade sexual? Serão só as hormonas? Aparte da farmacêutica, os psicólogos sabem que a perda de desejo e ausência de sexo tem a maior parte das vezes origem relacional. Des-socializar ou des-politizar as relações inter-pessoais, enchendo o corpo de medicamentos, salvará alguma relação?

Comments:
a revolução sexual faz-se assim com a ajuda das farmacêuticas e não por alterações nos costumes.

no fundo, nada é revolucionado, tudo se mantém na mesma. os problemas relacionais que impedem as mulheres de viverem uma sexualidade plena desaparecem por obra de um comprimido.

não querendo exagerar, mas soa-me a droga milagrosa. faz-me até lembrar as explicações que se dão para explicar os primeiros contactos dos jovens com as drogas duras: não só por curiosidade, mas para "fugir aos problemas".
 
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