02 abril 2007

 

Limpar cadernos


O Publico faz notícia de um estudo do Instituto de Ciências Sociais que indica a existência de 800 mil eleitores-fantasmas, 9% dos votantes nos cadernos não existem. O exercício parece simples e honesto, pegue-se no número de inscritos nos cadernos eleitorais e compare-se com o número de residentes adultos (dos Censos), menos estimativas de números de imigrantes e não-recenseados voluntários (inquéritos do ICS).

Mais umas rodadas à aritmética e revela-se que a população eleitoral fictícia favorece a Madeira, Lisboa, Bragança, Castelo Branco e Viana do Castelo, que tem mais deputados do que deviam. E perde deputados Aveiro, Évora e Setúbal, e sobretudo o Porto.

Só que estes fantasmas assombram pouco. Fazendo projecções das últimas legislativas, o PS teria menos dois deputados, o PSD e a CDU mais um cada. Não é grande transformação do mapa político. Só no referendo do aborto é que me convenço que teria algum significado, a abstenção mais próxima dos 51% em vez de 56%.

É um testemunho da mesmicidade nacional que ter 9% de votantes inexistentes a carregar os cadernos importe de tão pouco.

O estudo está aqui.



   

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